Lucas 15,11-32: o que é dissipado e o que nunca está perdido no jovem
Palavras-chave:
JovemResumo
As parábolas de Lc 15,11-32 e aquela do Bom Samaritano (Lc 10,2-37) junto com o texto dos Discípulos de Emaús (24,23-35) unem-se nas mais belas páginas do material propriamente lucano, revelam o melhor da narrativa em Lucas e estão entre os textos do Evangelista mais comentados na história do cristianismo. Lc 15,1-32 é o texto que, mais do que qualquer outro texto dos evangelhos, suscitou uma variada discussão a respeito da conduta humana1 e uma interpretação elaborada na literatura, na
filosofia, na música, na arte cênica e na pintura2. Pode-se concordar com Jones que a estória que esta parábola revela “combina num padrão sucinto temas como liberdade e responsabilidade, desavença, caráter pessoal da vida, desejo, saudade e retorno, graça, angústia e reconciliação [...] características universais da vida e [...] necessidades humanas básicas”3. Recentemente privilegia-se a abordagem narrativa4 em Lucas, o que torna ainda mais instigante o enredo deste texto. Como toda parábola, especialmente esta tem levado a múltiplas interpretações, já que traz um percurso interrogativo e um final aberto. Como veremos, seu nível alegórico de significado é irresistível5, quanto à referência ao próprio Jesus e à sua divina misericórdia, aos publicanos e pecadores, aos fariseus e escribas, ao pai e aos filhos, de ontem e de hoje.Alinguagem parabólica anima a produção de novos sentidos. Temos aqui uma parábola em forma narrativa, mas faltando-lhe uma aplicação explícita, o que dá mais liberdade ao intérprete. A amplitude bibliográfica é indício da abundante semântica do texto parabólico.
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