O Pão nosso de cada dia dá-nos hoje: observações à luz do Evangelho de Mateus
Palavras-chave:
pão, fome, Evangelho de MateusResumo
A fome no primeiro século não é produto do acaso. É fruto do mal estrutural, estabelecido através do modelo administrativo adotado pelo Império romano. A sede pela ampliação de divisas, aliada a necessidade em anteder as demandas dos centros urbanos provocaram a exploração extrema do campo obrigando os camponeses, falidos, a mendigarem o pão nos grandes centros. Em reação a tudo isso, os destinatários de Mateus eram estimulados pelas palavras e atitudes de Jesus de Nazaré, descritas pelo evangelista. Seus escritos encorajavam a comunidade mateana a orar como o mestre havia ensinado. A oração, entretanto, não deveria ser assimilada como mero exercício litúrgico. Cada uma de suas expressões se constituíam como fundamento para a construção da identidade da comunidade. No pedido pelo pão, uma postura de resistência frente aos mecanismos causadores da fome, e o desafio de chamá-lo de nosso ao sociabiliza-lo com os famintos.
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