Um dos mais belos textos da Bíblia, do ponto de vista literário e bíblico-teológico: Ezequiel 37,1-14
DOI:
https://doi.org/10.54260/eb.v40i149.1010Palavras-chave:
Bíblia, profetismo, Literatura, Teologia, HistóriaResumo
Ezequiel exerceu o seu ministério em um dos mais trágicos contextos da história de Israel: viu desaparecer o reino de Judá sob o domínio do Império babilônico e foi deportado para a capital Babilônica com as elites de Jerusalém. Nesse cenário desesperador, foi chamado a profetizar. A narrativa da visão do vale repleto de ossos ressequidos expressa o desafio da missão. Este artigo tem como objetivo analisar Ez 37,1-14 do ponto de vista literário, buscando abstrair a mensagem teológica. A metodologia utiliza recursos da análise literária do texto, para levantar aspectos históricos e alguns aportes teológicos relevantes. Autores da área dos estudos bíblico-teológicos como José Tolentino de Mendonça, em sua obra “Leitura Infinita. A Bíblia e sua Interpretação”, do campo epistemológico da Literatura, como Salvatore D’onofrio, e especificamente da exegese bíblica, como Alonso Schokel e Sicre Diaz, foram pesquisados e serviram como referencial teórico. Os resultados apontam para três aspectos relevantes: 1) a urgência de uma “ecologia integral” em que a dignidade de cada pessoa se expressa em sua responsabilidade com a restauração e promoção da vida numa dimensão holística; 2) A revelação de IHWH não só como o Deus de Israel, mas também como o Deus da Vida no aqui e agora do tempo que se chama “hoje”; 3) a interpelação para que cultivemos em nossa espiritualidade uma experiência mística não alienada. Enfim, o texto estudado e o livro de Ezequiel é, portanto, muito relevante para os estudos bíblicos no contexto atual de tantas guerras, cataclismos e desesperança generalizadas.
Referências
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
ASURMENDI, Jesús Maria. Os profetas do Exílio. Ezequiel. In: AMSLER, Samuel; ASURMENDI, Jesús Maria; AUNEAU, Joseph; MARTIN-ACHARD, Robert. Os Profetas e os livros proféticos. São Paulo: Paulinas, 1992.
BÍBLIA DE JERUSALÉM. Nova edição, revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2002.
BINGEMER, Maria Clara. O Conceito. In: LOSSO, Eduardo Guerreiro; BINGEMER, Maria Clara; PINHEIRO, Marcus Reis (org.) A mística e os místicos. Petrópolis: Vozes, 2022. p. 23-36.
D’ONOFRIO, Salvatore. Teoria do texto: prolegômenos e teoria da narrativa. São Paulo: Ática, 2002. v. 1.
DICIONÁRIO Aurélio da Língua Portuguesa. Curitiba: Positivo, 2010.
DICIONÁRIO Enciclopédico da Bíblia. São Paulo: Edições Loyola, 2013.
GUIMARÃES, Hélio de Seixas. Figuras de linguagem: teoria e prática. 8 ed. São Paulo: Atual, 1988.
MENDONÇA, José Tolentino. A leitura infinita: a Bíblia e a sua interpretação. São Paulo: Paulinas; Recife: Universidade Católica de Pernambuco, 2015.
ALONSO SCHOKEL, Luis; SICRE DIAZ, José Luis. Profetas II. São Paulo: Paulus, 2002.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 João Luiz Correia Júnior, Fabiana Câmara Furtado
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.