Negação da ciência e fundamentalismo: um pouco de história e pistas para o debate
DOI:
https://doi.org/10.54260/eb.v40i150.999Palavras-chave:
Bíblia e ciências, Bíblia e fundamentalismo, Teoria da Evolução, design inteligenteResumo
As relações entre as ciências biológicas e a teologia fundamentalista nunca foram pacíficas, porque os teólogos olharam, na esmagadora maioria das vezes, para a ciência com certa resistência e desconfiança, na perspectiva de que as ciências biológicas procuravam negar a Bíblia, e, na contrapartida teológica para resistir e enfrentar esta oposição, a teologia fundamentalista resolveu atacar a ciência. Os resultados das ciências biológicas, em especial a teoria da evolução de Darwin, não era uma construção para desmerecer a Bíblia, embora seus resultados colocassem em xeque-mate algumas conclusões preciosas para a teologia fundamentalista, como a criação do mundo natural por Deus. A teoria de Darwin não se preocupa nem se dirige contra a Bíblia e a teologia, não é este seu alvo; no entanto, a teologia fundamentalista, ao se sentir atacada pelos resultados da teoria de Darwin, se voltou para atacar e negar as ciências biológicas em geral, mas em especial a teoria da evolução. O presente estudo analisa a relação tumultuada entre a teologia fundamentalista e as ciências biológicas, e como aquela busca negar e até deixar de estudar a teoria de Darwin e outros resultados das ciências biológicas nas escolas de ensino básico, médio, e algumas vezes até um universidades. Os resultados do estudo mostram como a teologia fundamentalista foi minando a importância das ciências e como foi impedindo, nas escolas, o acesso às informações científicas.
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