“Nos salgueiros penduramos nossas harpas” (Sl 137,2): O exílio babilônico

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Palavras-chave:

Migração, Exílio, Deportações, Estrangeiro, Identidade

Resumo

As migrações são uma realidade complexa e de múltiplas causas. Assim como elas fazem parte da história brasileira, o mesmo ocorre em relação à história de Israel, registradas desde seus primórdios. Situado entre o Egito e a Mesopotâmia, Israel sempre conviveu com migrantes. A presença de estrangeiros em terras israelitas foi uma realidade contínua e a fome foi uma das principais causas das migrações bíblicas. Por isso a grande atenção da Sagrada Escritura para com os estrangeiros, a ponto de exigir amá-los como a si próprios (Lv 19,34). O exílio babilônico rompeu com uma trajetória de Israel. Com as deportações, Israel tornou-se migrante, não apenas em terras estrangeiras, mas também em sua própria pátria. A concepção pós-exílica de Israel ser um povo santo e  consagrado ao Senhor foi rompendo com os estrangeiros, passando a considerá-los impuros, com os quais deveriam evitar relações. 

Biografia do Autor

Jair Carlesso, Itepa Faculdades, Brasil

Presbítero da Diocese de Erexim-RS, Mestre em Teologia (Pontifícia Faculadade de Teologia de Nossa Senhora da Assunção). Professor de Antigo Testamento na Itepa Faculdades, Passo Fundo-RS, e no Instituto de Teologia Paulo VI, Pelotas-RS.

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Publicado

09/10/2021

Como Citar

CARLESSO, J. . “Nos salgueiros penduramos nossas harpas” (Sl 137,2): O exílio babilônico. Estudos Bíblicos, São Paulo, v. 34, n. 134, p. 120–135, 2021. Disponível em: https://revista.abib.org.br/EB/article/view/109. Acesso em: 25 abr. 2024.